Siga-nos:

Metaverso Parte 1

O Metaverso será um dos próximos desenvolvimentos significativos nas comunicações globais.

A nosso ver, quem melhor definiu o Metaverso até este momento foi Matthew Ball, da Metaverse Primer:

“O metaverso é uma rede expansiva de persistentes mundos e simulações 3D em tempo real, que suportam a continuidade da identificação, objetos, história, pagamentos e direitos e podem ser experimentados de forma sincronizada por um número efetivamente ilimitado de utilizadores, cada um com um sentido de presença individual”.

Assim, Metaverso é uma espécie de nova camada da realidade que integra os mundos real e virtual. Na prática, é um ambiente virtual imersivo construído por meio de diversas tecnologias, como Realidade Virtual, Realidade Aumentada e Hologramas.

Para visualizar o conceito, pense no filme Matrix. No longa, as pessoas vivem em uma realidade virtual arquitetada por uma inteligência artificial assassina que usa seus corpos para produzir energia. O metaverso é mais ou menos por aí, mas sem as máquinas vilãs – pelo menos por ora.

Nesse universo, que ainda não é real em sua totalidade, as pessoas poderiam interagir umas com as outras, trabalhar, estudar e ter uma vida social por meio de seus avatares (bonecos virtuais customizados) 3D. Ou seja, o objetivo é que pessoas não sejam apenas observadores do virtual, mas façam parte dele.

Entusiastas veem no metaverso a evolução da internet. Outros enxergam nele um risco para a privacidade, e uma “droga” viciante. A implantação dessa utopia, no entanto, ainda depende do amadurecimento de algumas tecnologias, como o próprio 5 G.

O surgimento do Metaverso.

Apesar de ter virado pop recentemente, o termo metaverso é antigo.

Ele foi cunhado pelo escritor Neal Stephenson em seu livro de ficção científica “Snow Crash”, publicado em 1992. A obra conta a história de “Hiro Protagonist”, personagem que na “vida real” é um entregador de pizza, mas no mundo virtual – chamado na história de metaverso – é um samurai. 

Em 2011, o escritor Ernest Cline também tratou do tema em seu romance futurista “Ready Player One” (Jogador Número 1 no Brasil)”, que em 2018 ganhou as telas do cinema pelas mãos de Steven Spielberg. Na obra, os personagens vivem em um mundo distópico e, para fugir da realidade, costumam passar horas e horas no OASIS, um simulador virtual que dá a eles a possibilidade de serem o que bem entenderem.

Primeiras Tentativas de Metaverso.

Alguns projetos tentaram criar algo semelhante a um Metaverso. Um dos principais exemplos é o jogo Second Life, lançado em 2003 pela empresa Liden Lab, baseada nos Estados Unidos. O game é um ambiente virtual 3D que simula a vida real. Ao entrar, os usuários podem criar avatares e socializar uns com os outros.

O jogo atraiu milhares de gamers, mas não conseguiu unir completamente os mundos real e virtual. Um dos motivos é que o projeto não foi capaz de criar uma economia digital, na qual as pessoas pudessem ganhar dinheiro ou mesmo ter uma propriedade virtual, algo que hoje em dia é possível.

Games como Roblox, Fortnite e Minecraft também beberam do conceito do metaverso, e apresentaram alguns elementos desse novo universo. Nesses jogos, as pessoas têm seus próprios personagens, participam de missões, se relacionam uns com os outros e vão a eventos. A cantora norte-americana Ariana Grande fez um show dentro do Fortnite, por exemplo.

Vale lembrar, no entanto, que a proposta do metaverso vai além dos jogos online.

A ideia é que todos os aspectos da “vida real” da pessoa – lazer, trabalho, relacionamentos, estudo e outros – sejam permeados de forma imersiva pelo digital, e vice-versa. 

Mudança do Nome do Facebook Inc para Meta.

No meio do burburinho ao redor do termo, o Facebook Inc. anunciou em outubro de 2021 que a organização passaria a se chamar Meta (as redes sociais continuam com o mesmo nome). No anúncio, o fundador e presidente da companhia, Mark Zuckerberg, disse que a mudança se deve ao novo posicionamento do grupo:

“Hoje somos vistos como uma empresa de mídia social, mas em nosso DNA somos uma empresa que constrói tecnologia para conectar pessoas, e o metaverso é a próxima fronteira, assim como a rede social foi quando começamos”.

Em carta divulgada ao público, Zuckerberg detalhou o mundo virtual que a empresa, que está na mira da autoridade antitruste nos Estados Unidos, espera construir:

“No Metaverso, você será capaz de fazer quase tudo que você possa imaginar – reunir-se com amigos e família, trabalhar, aprender, brincar, fazer compras, criar – bem como ter experiências completamente novas que realmente não se encaixam em como pensamos sobre computadores ou telefones hoje”.

Em agosto de 2021, a empresa também lançou o Horizon Workrooms, uma ferramenta que dá aos usuários a possibilidade de criarem avatares e participarem de reuniões virtuais. Vale lembrar, também, que o Facebook trabalha no desenvolvimento da Diem (antiga Libra), sua própria criptomoeda – outra tecnologia necessária para o metaverso. 

Futuro da Internet.

A web 1.0, que ocorreu entre 1999 e 2004, é aquela “primitiva”, marcada por páginas estáticas. Foi por meio dela que as pessoas passaram a ter contato com o ambiente online.

No momento, pode-se dizer que o mundo está na web 2.0, cuja principal característica é ser um ambiente de iteração mediado por redes sociais. 

Muitos entusiastas enxergam no metaverso um componente-chave da web 3.0. Esse termo é usado para se referir a uma internet mais imersiva, descentralizada e aberta. 

O Que Esperar do Metaverso Para o Futuro?

A promessa dos especialistas é de que o metaverso irá modificar o mundo como conhecemos hoje, tendo influência direta no mercado como um todo e também na maneira em que interagimos e fazemos as coisas. Mas isso não será a curto prazo. Os próximos anos irão dizer como tecnologias voltadas para ele irão ser aplicadas no nosso dia a dia. Um dos maiores desafios e investimentos neste contexto será aliar um mundo a outro por meio de padrões abertos, assim como adaptar o mundo a plataformas de produção virtual em custos acessíveis.

Quantas Pessoas Já Estão no Metaverso?

Levantamento do instituto de pesquisa Kantar Ibope Media mostra que 6% dos brasileiros que usam a internet já transitam por alguma versão do metaverso. Isso corresponde a cerca de 4,9 milhões de pessoas. A consultoria Gartner prevê que, em 2026, um em cada quatro usuários de internet do mundo vai gastar ao menos uma hora por dia nesses mundos virtuais.

Metaverso é Perigoso?

Assim como a internet em geral o metaverso também pode esconder perigos ao usuário e à sociedade, sendo alguns deles: assédio, violação de privacidade, circulação de informações falsas (fake news) e golpes financeiros. Entenda melhor a seguir:

Violação de privacidade: para acessar o metaverso, é necessário um conjunto de acessórios e hardwares especializados para estabelecer ligações entre o usuário e o mundo virtual. Assim como acontece com celulares, esses novos aparelhos podem conter uma série de sensores capazes de armazenar dados dos usuários. Grandes volumes de informações podem ser vazados e usados indevidamente.

Aumento da desinformação: A disseminação de notícias falsas já afeta as redes sociais atuais e pode aparecer no metaverso, aumentando a propagação delas e contribuindo para a desinformação da população.]

Golpes: Se não for regulado corretamente, o metaverso pode funcionar como uma “terra de ninguém” e ser explorada por criminosos para roubar quantias de dinheiro, criptomoedas e dados pessoais dos usuários.

Problemas psicológicos: o metaverso pode se tornar um espaço de projeções pouco saudável. Isso porque um dos apelos do conceito é justamente ser um ambiente onde o usuário pode criar seu próprio avatar 3D, seja representando a si mesmo ou criando um personagem fictício – o que poderia fazer com que pessoas com problemas de autoestima usem o ambiente para projetar uma “vida perfeita” impactando diretamente no psicológico desses usuários.

Violência: já há relatos de situações envolvendo assédio sexual e agressão no metaverso. Assim como em outros espaços virtuais, como em canais de games online, essas experiências têm encorajado comportamentos agressivos de alguns usuários que se sentem protegidos pelo anonimato da internet.

Nós sempre cuidamos de nossos clientes com seriedade

plugins premium WordPress
error: O conteúdo está protegido!